Amo (Busi)News #14: para quem começa a trabalhar com conteúdo
Mitos e verdades, histórias e rumos, metas pessoais ou profissionais – o conteúdo já é parte direta ou indireta da vida de muitos de nós.
Era uma vez uma menina dos anos 90, que amava revistas, sabia (e idolatrava) o nome de todos os jornalistas do expediente das principais publicações e comprava títulos até de países dos quais não entendia o idioma. Dia desses, li por aqui que personagens de Hollywood como Jenna Rink e Andie Anderson elevaram a ideia do que era trabalhar em uma redação de moda e fizeram muita gente comprar a ideia equivocada do que isto significava. Não é mentira – a ralação superava o glamour –, mas a verdade é que todo mundo que ama(va) escrever tinha naquela profissão a única maneira de exercer sua paixão.
Exatos vinte anos atrás, eu fiz o que muitas meninas da época começavam a fazer: criei um blog e fiz dele o meu próprio "emprego em revista" – no qual eu era editora, designer, repórter, colunista, tudo ao mesmo tempo. Em 2004, blogs não eram um trabalho, não eram uma fonte de renda, não eram uma possibilidade profissional. Tinha um quem realmente amava ter. Mas bastou meia década para este cenário mudar: em 2009, já no meu terceiro blog, eu fechei meu primeiro trabalho de múltiplos dígitos e com este cachê comprei... uma bolsa Chanel. Ok, a tabela da Chanel ainda não tinha passado por 15 anos de aumentos sucessivos; ok, o dólar custava 1/3 do que custa hoje. Ainda assim, dá pra dizer que aquilo ali já era bem mais do que meu hobby (ainda que eu seguisse nas revistas como "trabalho de verdade). O resto... é história.
Entre e saí deste que virou um verdadeiro mercado, com uma evolução de termos e possibilidades: blogueira, instagrammer, influenciadora, tiktoker, criadora de conteúdo. Diria que pulei da primeira para a última definição da frase anterior, já que nunca me encaixei nas três categorias do meio. Mas fato é que temos hoje criadores de conteúdo que, nas mais diversas plataformas, tornaram-se celebridades de milhões de reais/dólares no mundo todo. O que obviamente torna esta carreira digital a preferida das novas gerações, que desde muito cedo aprendem a pensar em redes, seguidores, selos, likes, mídia kits. Ser criador de conteúdo é uma profissão – e muito rentável em muitos casos.
Ser criador de conteúdo não é apenas ser influenciador ou escritor de newsletter ou social media de uma grande empresa. São infinitas possibilidades de colocar esta profissão na sua realidade (vide post acima, origem também do próximo Amo Insiders presencial cuja pré-venda está no rodapé deste texto!) e, arrisco-me a dizer, são cada vez menores as chances de escapar por completo desta palavra. Profissionais liberais fazem conteúdo em prol da divulgação de seus produtos/serviços; professores fazem conteúdo para divulgar suas aulas e cursos; donos de marca de moda fazem conteúdo para mostrar seus looks. Poderíamos enumerar algumas dezenas de exemplos de como escrever e/ou gravar vídeos na internet tem impulsionado a mais ampla gama de profissões.
Entre os muitos lados positivos, estão o ganho financeiro (direto ou indireto), a vitrine gratuita de seu produto, uma espécie de aval que mostra o que você e seu negócio podem fazer por um cliente. O negativo? As fórmulas que nos empacotam em um modelo único nos levando a um sentimento constante de inferioridade, a comparação que nos coloca no posto de "nunca ser bom o suficiente" e a falácia de achar que dá pra entrar neste mercado de peito aberto e sem nenhum planejamento ou estratégia como se fazia em 2004. Sim, são muitas as possibilidades e quase sempre o maior inimigo do profissional de conteúdo é ele mesmo; mas, para surfar estas possibilidades, é preciso dar a largada com ao menos um rascunho de mapa. De todas as mudanças que testemunhamos nos últimos vinte anos – de plataformas, de ganhos, de tamanhos, de formatos –, apenas uma certeza será sempre unânime: não estamos mais em 2004!
{Também nesta edição: dez mitos e verdades para quem trabalha – ou quer trabalhar – com conteúdo e o link da pré-venda da 2ª edição do Amo Insiders, evento de conteúdo e networking que nasceu em 2023 nesta newsletter.}