O que aprendi trabalhando em revistas...
... e hoje uso para construir a Amo News, que em três meses passou de um hobby para um trabalho remunerado em crescimento. Sim, a criação independente pode ser lucrativa.
A versão integral deste post é uma introdução pessoal ao encontro Substack que terei com os assinantes premium no dia 11/03, sábado, às dez da manhã. No bate-papo informal, um passeio pelo Substack – da configuração à monetização, passando pelo crescimento e parte técnica/cases de sucesso que me inspiram e ajudam. Para quem assistir ao vivo (recomendo), haverá uma sessão de perguntas via chat no fim. A gravação será disponibilizada por tempo determinado. Caso ainda não seja premium, faça seu upgrade para qualquer um dos planos pagos para ter acesso ao link do Zoom antes da data e à gravação na sequência.
Abri meu Substack em setembro de 2021, começando com número de seguidores igual a ZERO (não pude importar a lista da minha antiga newsletter). Postava de vez em quando... Em agosto de 2022, eram 1.000 assinantes e eu resolvi engatar a sério neste projeto que eu tanto amava fazer. Seis meses depois, este número quintuplicou. No meio do caminho, em 31.10.22, lance a opção de plano pago, que hoje responde por 4% dos assinantes totais (maioria em planos anuais), o que me trouxe o selinho de Substack Bestseller. E eu acredito de verdade que minha antiga experiência fixa de seis anos no mercado editorial, quase duas décadas atrás, tem participação nestes resultados...
Poucas pessoas foram mais apaixonadas por revistas do que eu: das edições da Capricho compradas à caminho da escola na adolescência – quando, sete da manhã, o jornaleiro ainda nem as tinha tirado da caixa – até os strikes em Vogues e Elles do mundo todo. Aos 13/14, meu ídolo não era nenhum cantor famoso, mas sim Monica Figueiredo, então diretora da Capricho; sabia de cor e salteado o nome das editoras e sempre, sempre li expedientes. Não sosseguei até que o meu nome pudesse ser parte disso. E foi!
Pude trabalhar – direta e/ou indiretamente – com alguns dos nomes mais fortes do jornalismo de moda e lifestyle da minha geração. Era uma época pré-blogs, as redes sociais não existiam e lembro do ineditismo da situação quando consegui um "furo de fococa" stalkeando o Orkut de uma influencer, que naquela época nem de it girl era chamada ainda (nos tempos dos antigos egípcios, falava-se "socialite"). Tive um certo trabalho para explicar que, sim, aquilo poderia ser considerado uma fonte. Sem a força atual da internet e do 5G, que transformou (quase) tudo em vídeo, as revistas e alguns poucos grandes sites eram referência em crítica de moda, em sugestão de consumo, em guia do que importava.
Cortando para 2023. O jornalismo mudou; o suntuoso prédio da Editora Abril – uma espécie de templo do mercado – deixou de existir; as revistas mudaram (muitas, infelizmente, acabaram); as jornalistas da minha época, em boa parte, tornaram-se veículos independentes, como influenciadoras. Um leque de novos rumos e inúmeras possibilidades se abriu para quem tem o conteúdo como ativo de carreira.
Nos seis anos consecutivos em que estive de fato dentro desta área profissional, foram muitos chefes, muitos veículos, muitos formatos. Trago as lembranças da melhor fase da minha vida, mesmo quando as lembranças incluem chorar na escada de incêndio! TUDO o que aprendi ali, nos anos trabalhando em revistas (e sites) de moda e estilo de vida, serve de base para o trabalho que faço hoje – e, de certa forma, também para todos os trabalhos que fiz até então.
Já contei no Instagram que sempre me senti (e me sinto) inapropriada para aquela rede na qual quem posta é, ao mesmo tempo, produtor, assunto e editor. Revistas não são – já não eram naquele tempo – isentas; elas faziam e fazem tantos publieditoriais (mesmo sem sinalização) como os influencers que vivem na mira de uma plateia mais atenta e exigente. Então acho uma tremenda besteira colocar os múltiplos lados desta equação do conteúdo em um ranking de relevância ou mesmo de ética. Tem tudo de tudo em todo canto. Seja ético, seja dedicado, seja persistente e o retorno aqui nesta ferramenta acontece.