Você sabe assumir compromissos com você?
Somos ensinados a cumprir combinados, prazos e deveres – estipulados por outras pessoas. Talvez por isso, seja tão mais difícil dar conta daquela tarefa que você promete apenas para si próprio!
Eu sou boa de cumprir combinados. Ok, com tendências procrastinadoras, eu provavelmente vou usar até o último minuto estipulado daquele prazo, mas nunca fui e provavelmente jamais serei a pessoa que não entrega o trabalho na data. E, admito, tenho até certa dificuldade de entender quem é contratado para entregar x textos em um mês e só entrega uma parcela disso – chega a me disparar uma leve ansiedade só de pensar na possibilidade!
Sou uma ótima contratada, modéstia à parte. A menos que... a "contratante" em questão seja eu mesma. Entrego dois webposts semanais no meu blog porque assim assumi um contrato com o Google, mas tenho sido (e habitualmente sou!) incapaz de fazer na mesma semana uma única edição desta newsletter que é o que eu de fato mais gosto de fazer hoje. E esta foi uma chamada que meu censor interno me deu quando eu atualizava minhas leituras no Substack outro dia e vi como AMO o que assino aqui.
Neste estado permanente de busca por autoconhecimento, saí atrás dos porquês dos porquês. Ainda não cheguei à conclusão do motivo que me faz ser ruim de cumprir combinados comigo mesma na vida, mas tive uma pista do que anda me atrapalhando por aqui: a mania de fazer tudo estrategicamente separado e nichado estava me bloqueando – "nem tico nem taco", como dizia minha vó Nair.
Ainda não sei se/quando vou conseguir ser consistente como minhas amigas de Substack que tanto me inspiram, porque a verdade é que depois de tantos anos de responsabilidade eu estou me permitindo exercer o privilégio de cabular umas aulas, sabe? Mas queria marcar (mais uma) nova fase desta newsletter avisando que ela oficialmente passa a ser mais parecida comigo: confusa, com múltiplos interesses, tentando manter um norte, mas sem deixar que esta tal bússola bloqueie meu hábito de sair escrevendo algo que eu só sei o que será depois que acabo. Deixar sair e transbordar o que tá dentro naquela semana. Ou naquela edição.
Vai ter textão, vai ter tendência; vai ter reflexão pessoal, vai ter atualidades de wellness; vai ter escrita livre e vai ter até... branding – pra quem chegou depois, foi como esta newsletter nasceu. A Amo News não vai economizar nos caracteres (nem usá-los além da conta, prometo!) e é para ser lida sem pressa, no seu tempo, no seu ritmo, no seu momento de leitura. Para informar, para inspirar, para despertar algum insight ou, apenas, para interagirmos (eu amo usar a sessão dos comentários do Substack).
Notem que nunca consigo focar demais e no momento to dividida entre o 5sentidos.com.br e esta Amo News. Eventualmente posso escolher abrir mão de um deles (é o plano, e seria o mais sensato), mas por ora sigo aqui e lá!
A gente precisa aprender a usar o Reels?
Taí, outro dia sentei decidida a mexer no Reels. Imagino que esta frase para alguns seja o equivalente ao que seria para mim alguém que não sabia gravar no videocassete, mas eu realmente não fazia ideia de como navegar por ali até então. Hoje vejo metade das pessoas se debatendo para entrar no formato da vez do insta e a outra metade apenas reclamando que as coisas não são mais como eram. A turma textão – na qual normalmente me incluo – se revolta com a dominância dos vídeos. Mas, gente, como diria minha psicóloga quando desando a falar, "pera só um pouquinho"... A Meta (empresa dona do insta e de metade do mundo digital!) não é pra você. Nem pra mim. É para a massa. E o que importa, para um grande negócio, é a tendência da massa! É mimo achar que as coisas deveriam ser de um jeito x ou y, só porque ele é o seu favorito.
Voltando ao dia em que eu aprendi a usar o Reels, poderia dizer que o fiz para não ser deixada para trás pelo algoritmo do Mark, mas estaria mentindo. Eu ainda acredito que existe espaço para todos os formatos e todos os públicos, basta a gente alinhar expectativas. No meu caso, eu estava era agoniada de não saber mexer em algo, sendo que eu quero ser a vovó que segue operando os videocassetes das próximas gerações. Mas aproveito a deixa para uma mini-bronca: parem de reclamar do algoritmo, ele é um presente; se não está do seu número e não cabe no seu pé, troque por outro, mas não reclame com quem te deu espontaneamente!
Não é apenas mais uma marca de beleza de celebridade
Marcas de beleza lançadas por famosas ou grandes influenciadoras não são mais exatamente uma novidade atualmente – até o NY Times já puxou a provocação de "quantas ainda cabem neste mercado?". Mas o zunzunzum em torno da chegada ao Brasil da Rare Beauty, de Selena Gomez, parece diferente. Nem mesmo a polêmica empresa de Kylie Jenner (cuja entrada na lista de bilionárias da Forbes americana só não foi mais rápida que a saída) teve efeito semelhante por aqui.
Mas, afinal, qual o ponto a se prestar mais atenção? O produto – ainda – fala mais alto do que o barulho em torno e, até mesmo, do que o nome que está por trás dele. E a Rare Beauty entrega muito mais do que "apenas mais uma marca de celebridade". As embalagens são lindas, o preço é muito bom para a categoria mais premium, a palheta de cores é diversa (o mercado não perdoa mais a falta de cores) e o discurso é ético: ao contrário de políticas instagramáveis que hoje vendem tudo e todos como beleza limpa mesmo que não sejam, a Rare afirma que "como ainda falta uma definição regulatória para beleza limpa, optamos por não nos posicionar como tal", sendo que suas fórmulas provavelmente são muito mais limpas do que muita empresa com branding verdinho mundo afora. Se houvesse uma peneira na área separando o que é ruído do que é qualidade, o negócio de Selena certamente sobreviveria.
Tendência confirmada no marketing de influência?
Amber Venz Box é uma referência de sucesso e, especialmente, de pioneirismo quando se fala de marketing de influência – criou em 2011 a RewardStyle (hoje, LTK), uma empresa bilionária de afiliados focada nos influencers de moda e beleza. Em matéria da revista americana de negócios INC, no entanto, ela fala de seu maior erro: fazer crescer sua marca apenas em cima de prêmios, celebridades, melhores investidores. Não que os planos não tenham dado certo, ao contrário, mas segundo ela "construir um negócio baseado na fama dos outros apenas torna você vulnerável". O que Amber não imaginava é que muito de seu sucesso vinha de pessoas comuns, 'gente como a gente', que usavam a plataforma e se mostravam os melhores influenciadores da rede.
A mensagem que tira-se do insight da empreendedora? Que o já muito anunciado aumento de relevância dos microinfluenciadores não pode mais ser ignorado pelo mercado. Consumidores saturados de tanta perfeição (e tanta comercialização escancarada, muitas vezes sem contexto) têm passado a olhar mais para os "influencers de meio período", como eu rebatizei o perfil recentemente apontado pelo Business of Fashion de pessoas como empregos e carreiras convencionais que influenciam suas plateias pessoais quase como um hobby paralelo. Aqui no Brasil, eu destacaria @camicilento, @robertamfp, @renatamerquior, @marcelacimino, @luizalemgruber e @tarsilacimino como boas representantes desta tendência.
Branding para o mercado de imóveis, sim, senhora!
(em tempo: o mesmo raciocínio pode ser adaptado para qualquer produto!)
Você já entrou em um site para alugar ou comprar um imóvel? Seja uma casa por temporada em um ponto paradisíaco de Ilhabela ou apartamento para morar em uma grande capital, a menos que estejamos falando em imóveis de preços a partir de 8 dígitos, é quase tudo um horror! As fotos não apenas não mostram o espaço detalhadamente como praticamente espantam qualquer lampejo de interesse. As pessoas não fazem a cama ou escondem a bagunça antes de clicarem – usando, claro, uma câmera de resolução ruim e nenhuma iluminação.
Gente, em 2022, não se vende mais nem uma jujuba à distância sem uma foto boa. Não tem verba para contratar decoração, organização e fotógrafo? Eis algumas dicas... A casa que você quer alugar por temporada ou o apartamento na cidade que você quer vender por 6 ou 7 dígitos despertarão mais interesse se você:
• arrumar, limpar e clarear o ambiente – luz natural é imbatível, na ausência dela há ringlights bem baratinhas que já melhoram a situação.
• enxugar excessos – nem que precise jogar a bagunça de um cômodo para o outro enquanto fotografa!
• investir numa câmera boa e treinar o olhar – até celulares já podem ser a tal câmera boa e o Pinterest taí gratuitamente para todos.
A gente consome primeiro com os olhos!
Eu AMEI essa news meio textão, meio curadoria de temas diversos! <3
Tenho também pensado muito nos motivos de conseguir arcar com compromissos feitos com outros, mas não arcar os feitos comigo mesma. A única conclusão a qual cheguei até agora é que, enxergamos como muito negativas as consequências do não cumprimento de compromissos externos, mas não enxergamos a mesma gravidade quando quem vai sofrer as consequencias somos nós mesmas. E aí, o caminho que venho pensando é o de investigar o pq dessa falta de autocuidado e de amor próprio. Quando descobrir, te falo! <3
Me conectei bastante com a parte da news “bagunçada”. Tenho uma linha editorial bastante, digamos… variada. Falo de Bíblia sobre uma perspectiva não tradicional e também faço ensaios mais pessoais com os meus sentimentos e pensamentos da hora. Estava pensando hoje mesmo em criar subseções pra newsletter e dividir os assuntos. Mas cheguei à conclusão (tb com ajuda das suas reflexões!) que certa confusão faz parte da experimentação de escrever. E o gostinho bom de um blog ou newsletter pessoal talvez seja justamente esse, não ter tanta curadoria deliberada. Afinal somos todos mto múltiplos.