Largar o digital é privilégio, tá?
Muito se fala sobre deletar o instagram, sobre a vida offline, sobre sair de redes sociais... tudo lindo, mas a verdade é que, em 2025, está aí um luxo para poucos!
(reprodução em postagem perfeita no Notes)

Antes, pausa para o (auto)comercial digital mesmo!
Você não precisa de nada disto, maaaas, se tiver (ou quiser ter) seu Substack e:
Aprender tudo sobre as configurações que o deixam redondinho ou entender como um posicionamento na rede pode te ajudar, tem papos sobre isto:
Aprender sobre monetização e profissionalização da sua newsletter ou sobre prática de organização e criatividade a favor de sua publicação, tem papos sobre isto:
Este é o especial Substackers, que faz parte do plano Insiders da Amo News. O upgrade para esta categoria será disponibilizado algumas vezes por ano (sempre que houver inclusão de materiais novos) e você ter acesso a tudo isto migrando para o Insiders até o dia 5 de maio. Depois disto, a disponibilidade de novas entradas no plano Insiders estará fechada até o segundo semestre, combinado?
O Plano Insiders tem também como bônus em seus arquivos o papo sobre os rumos do conteúdo em 2025. Além de acesso direto a mim para qualquer dúvida que surgir e prioridade nas inscrições de encontros de conteúdo presenciais.
Detalhes sobre o plano Insiders neste link e upgrade disponível no botão abaixo. Ele custa R$ 620/ano e inclui, além de todos os vídeos bônus que já existem e que virão a existir nos próximos meses, um ano de assinatura completa Amo News!
Extra: se quiser apenas uma introdução básica em áudio, com insights e reflexões sobre o tema sem precisar de um plano pago, acesse a edição gratuita abaixo:
É provável que nunca tenham existido tantos posts (digitais) sobre… largar o digital: todos os dias pessoas contam que desinstalaram o aplicativo do instagram, que deletaram suas contas, que estão vivendo uma vida melhor no modo offline – e eu já inclusive fui, temporariamente, uma destas pessoas. O tom é de comemoração e, muitas vezes, até de superioridade.
Mas, metendo o dedo nesta ferida – que é minha também –, estamos deletando o instagram (ou qualquer outra rede) porque de fato queremos, porque não somos bons de verdade nela a ponto de colhemos frutos significativos ou… porque temos o PRIVILÉGIO de sermos pessoas desconectadas e continuar vivendo e trabalhando mesmo assim?
A vida off-digital é o novo luxo. Talvez até a nova ostentação. O motivo? Nem todos podemos fazer esta escolha no médio/longo prazo. Tenho muitos amigos e conhecidos que vivem totalmente – ou quase totalmente – offline. Mas há questões em comum entre eles: todos desenvolveram profissões convencionais ANTES do boom das redes, todos têm empregos e carreiras convencionais com contracheques e benefícios que independem completamente do postar ou não postar, todos têm público para seus produtos e serviços que, mesmo em 2025, vêm muito mais do tradicional boca-a-boca do que da viralização e dos views & likes. Um enorme privilégio que parece ter ficado nas décadas passadas.
O que vemos hoje, em quem entra no mercado de trabalho (mesmo o mais convencional deles, como a medicina) e/ou em quem não tem um público fiel e numeroso o suficiente para sustentar o crescimento orgânico do negócio, é, mais uma do que uma exigência, uma NECESSIDADE de ser visto, de fazer-se presente, de mostrar o que e como vende na telinha dos celulares ávidos por novidades e boas histórias.
O médico, o advogado, o corretor de imóveis e o arquiteto são praticamente engolidos por aqueles que – a despeito de terem ou não mais formação, bagagem ou capacidade – vencem no jogo na oratória digital. Por vezes, na era dos resultados empacotados em produtos, até a ética pode ser sacrificada: experimente, na saúde, vender sorinhos e protocolos prontos e veja o milagre acontecer em comparação aos que insistem em vender “apenas” consultas convencionais.
Já ouvi de médicos e arquitetos renomados que eles perdem, cada vez mais, público para o concorrente que tem muito mais seguidores nas redes sociais; já vi muito estudante de faculdades tradicionais trancar a matrícula porque a profissão de influência é infinitamente mais lucrativa; já vi muito consumidor deixar para trás o prestador de serviço convencional para contratar aquele que arrasa nas caixinhas de perguntas dos stories. E não há certo ou errado nesta equação, ela apenas reflete um movimento de comportamento atual do consumo.
Então é absolutamente lindo, saudável e louvável deletar o app, a conta, a presença online. Mas quantos de nós continuaremos, de nossa “sepultura digital”, sobrevivendo financeiramente falando mesmo?
Tenho certeza que todos os posts, relatos e conselhos sobre viver desconectado têm a melhor de todas as intenções – é bom para a saúde mental, para a produtividade, para o bem-estar. Mas ao mesmo tempo precisamos ser cuidadosos com nossos discursos que mais excluem do que incluem. O luxo silencioso de ter apenas um “dumb phone” não é apenas para seres evoluídos o suficiente para desistirem das redes, mas, SOBRETUDO, para aqueles que de fato não precisam delas…
Rapidinhas digitais:
Quem assina o seu Substack quer mais o acesso a seu cérebro do que a um tema específico.
Tiktok não foi feito para vendas diretas propositais ou anúncios; pesando na mão ultimamente, a rede e as marcas anunciantes podem sair perdendo na imagem perante o usuário (que espera, por lá, um conteúdo cru e humano). A linguagem, por lá, é amadora e divertida – e raríssimas marcas entendem este jogo.
Curadoria – de todos os mercados e formatos – cresce como profissão nesta era de tanto de tudo. Mas a curadoria 2.0 do ano 2025 pede o seu tempero, a sua provocação, a sua reflexão.
E por falar em Tikok… já está em fase de testes o Tiktok Shops no Brasil. Ele pode trazer uma nova experiência, já que transforma a rede social em uma espécie de marketplace, no qual todas as compras e todas as relações de afiliados acontecem dentro da própria plataforma.
A guerra tarifária EUA x China – e a exposição de fábricas chinesas que supostamente produziriam boa parte das bolsas de luxo de marcas europeias e americanas – tem trazido à tona uma reflexão do significado de marcas de luxo (e seus respectivos preços elevados) sob a perspectiva geracional. Enquanto late millenials, gen Xs e boomers veem, sim, muito problema na falsificação, jovens das gerações Z e alpha só enxergam o bom negócio e a democratização de pagar 1/10 do valor por itens – aparentemente – idênticos, ligando pouco (ou nada) para questões de propriedade intelectual.
Estou começando a ver, dentro da minha bolha, um movimento contrário. Eu vou numa dermatologista famosa há anos. Desde quando ela não era famosa, a irmã não era influenciadora. Ela é ótima. Identificou minha herpes-zoster no início, tratou uma queimadura do meu filho sem nem me cobrar, uma pessoa acessível e humana, mas, hoje em dia, com muito hype. Pois bem, quando me pedem indicação de dermato e eu falo o nome dela, algumas pessoas torcem o nariz. “Ah, a irmã da fulana. Ela é famosinha, né?”, dizem com desdém. Duro isso também. A exposição é boa para os negócios, mas a exposição excessiva pode não ser. Qual seria o meio termo?
Gostei muito do seu ponto de vista sobre isso e me vi com essa preocupação genuína, afinal, curso arquitetura e urbanismo e já existem a preocupação de criar um perfil no Instagram para dar início a um público que no futuro pode ser crucial para o sucesso da minha carreira. Passei quase 20 dias sem Instagram e eu confesso que experienciei um bem-estar sem igual, de início foi bem difícil tirar o cerebro do modo automático, mas depois foi um respiro pra mente delicioso. Mas logo eu percebi que também estava perdendo muito. Não uma questão de FOMO, mas de familiares que moram longe e postam sobre passeios, minhas primas crescendo, enfim.
O segredo foi construir um relacionamento saudável com as redes sociais, utilizar funções como "parar de seguir" e "silenciar" para que ali seja um local do jeito que EU desejo que ele seja, por mais que o algoritmo entre no controle.
Obrigada pela citação! Também acabei escrevendo sobre o tema, ficaria feliz de ver o seu ponto de vista sobre! Abraços ❤️