Como fiz e faço meus reposicionamentos de negócio
Mudança. Palavra que assusta tantos e encanta outros. Necessária? Risco? A troca do certo pelo duvidoso? Uma possibilidade apaixonante? De que lado desta equação você está?
Você para para pensar em mudanças? Para para pensar no seu pensamento sobre mudanças? Medo ou atração, o que está mais relacionado a mudar na sua vida? Por que algumas pessoas são capazes de passar 10 anos fazendo a mesma coisa na mesma empresa e outras têm siricuticos anuais? Qual o limite para a mudança positiva, aquela que nasce não da desistência, mas da certeza de que tudo que poderia ser colhido daquela colheita já foi colhido?
Dizem por aí que faço mudanças com facilidade. Generosidade de quem fala. Não existe nada de fácil em uma mudança. Mas com frequência elas são obrigatórias se a intenção é continuar caminhando, especialmente neste mundo tão acelerado. Eu juro internamente que sempre fiz a mesma coisa: moda; revistas; celebridades num veículo pré-redes sociais no qual o time precisava dar um "furo" por hora (literalmente!); it girls; branding; autoconhecimento; ansiedade; não sou ansiosa; blog; deleta Twitter; newsletter (esta!); newsletter como negócio (esta também!); newsletter como hobby fútil. Em tudo isto tem uma pessoa que ama ler, escrever e dividir o que descobriu. Mas de fora parece mudança. Ou reposicionamento, para usar um termo mais instagramável. E é sobre estes reposicionamentos pessoais que quero contar.
Nesta semana, estou – como muitos brasileiros – envolvida com o fenômeno Taylor Swift. Perdoem-me, swifities, eu amo várias músicas, mas foi só agora que me dei conta não apenas do poder desta moça, mas principalmente com sua capacidade de reinvenção. E de reconhecer que vive (vivemos, eu diria) em... eras! É Eras o nome da sua turnê, que marca um passeio por todas estas fases de sua vida.
"Taylor tem sido muito hábil em fazer mudanças estratégicas e graduais. Já famosa, ela mudou com sucesso o gênero do country para o pop (...). Da mesma forma, gradualmente introduziu temas e conteúdos mais adultos, (...) à medida que ela e seu público amadureceram. (...) Todo o conceito de “Eras” destaca e enfatiza a mudança, embora muitos aspectos permaneçam os mesmos. (...) embora uma nova Era possa dar aos swifties a oportunidade de adotar uma nova estética, com novos símbolos, estilos de cabelo e roupas, a música permanece bastante consistente.", Paula Harper, musicóloga da Universidade de Chicago ao Jornal O Globo
O doc Miss Americana, na Netflix, mostra que nem todas foram simples passagens naturais de tempo. Houve muita necessidade de reinvenção, como há, em níveis e aspectos diferentes, para todo mundo que decide seguir em frente. Apesar dos tropeços, apesar das torcidas contra, apesar da dúvida. E reinvenção pede pausa, reclusão, um longo passo atrás para, só então, a corrida rumo a um duplo twist carpado. Tudo com a certeza que cada era nasce com mais expectativa (alheia) do que a anterior.
Jamais teria leoninice para me comparar com esta fenômeno de mulher, mas vê-la me trouxe uma certa calma: eu vivo em eras, eu as reconheço assim, então é isto! A Ale de 2023 não poderia ser a mesma de 2017 nem muito mesmo a mesma de 2009. E a reinvenção é dura, é constantemente vista (por mim, inclusive) mais como fracasso do que como passagem de fase no videogame da vida. Ao menos era o que eu pensava até ontem. Porque se Taylor tem eras... quem sou eu para não ter?!
Antes mesmo de ser "acalmada" pelo case Swift, eu já tinha decidido viver em mudanças, tantas quantas fossem necessárias para entregar o que eu tenho para entregar ao mundo naquele momento. E elas não são casuais, naturais, "ops, mudei!".
"Ok, mas como você faz seus reposicionamentos, afinal?"
• Eu sento, eu planejo, eu experimento, eu volto atrás. Eu estudo. Eu olho muito ao redor, nunca para "concorrentes", mas para pessoas que me inspiram em mercados completamente diferentes do meu. Tenho obsessão por cases e por pessoas de destaque. Nem sempre tem a ver com gostar, com me identificar ou com me inspirar – é basicamente reconhecer que ninguém se destaca "do nada". Faço planos de negócio para TU-DO. Eu tenho tantos rascunhos que mal poderia me encontrar neles se não fosse a pessoa virginianamente organizada.
• Uso o autoconhecimento a meu favor. Nos últimos dois anos mergulhei fundo na psicoterapia, para a qual eu fui achando que tinha ansiedade crônica e descobri que sofria mesmo de uma relação disfuncional com o trabalho – e que só teria valor aquele trabalho que trouxesse sangue, suor e lágrimas. Precisei curar isto pra passar de fase.
• Tenho muita humildade. Sei perder, sei reconhecer perdas, sei que fico para trás em N motivos por ser simplesmente cabeça dura – e em outros tantos por não ter talentos específicos mesmo. Mas curo fraquezas com foco em forças. E todos temos ambos, é só parar o barulho lá de fora – redes, comparação, consumo de tudo, excessos – para escutar a verdade aqui de dentro.
• Tento estar sempre com um olhar 180º ativado. Vejo o(s) mercado(s), vejo os movimentos, junto peças de um quebra-cabeça que, de longe, nem sempre é óbvio. E busco alinhar minhas mudanças a estes movimentos e a uma história que costura com precisão de alta-costura um retalho no próximo, mesmo que quando olhados separadamente eles pareçam não ter nada a ver um com o outro.
• Faço silêncio. Não existe nada mais poderoso para criar uma nova fase do que as palavras que nascem de silêncios. Não quero vencer o tempo todo e, aos 47, tenho plena convicção de que vou perder muito mais do que ganhar. Mas sei o preço que estou disposta a pagar e me respeito mais do que a qualquer coisa.
• Não tenho medo do semi-ostracismo que nasce a cada cronômetro zerado. Aproveito para viver polianamente (agora chamam isto de delulu no TikTok) enxergando esta como uma boa oportunidade de separar as pessoas que gostam de mim das que gostam do que sou/fui em determinado momento. No mais, coloco o pé com a certeza (e um certo privilégio, reconheço) de que haverá um chão. E que caso não haja, basta esticar um pouco mais um passo. Nunca falhou!
Vou criar novas marcas e novos posicionamentos para minhas marcas sempre que achar necessário – e, obrigada, Taylor, agora chamarei de eras! De um modo que aquilo possa de fato refletir minhas fraquezas, minhas forças, minhas vontades, meus gostos, meus momentos. Se eu for fiel a mim, já aprendi, vou ao menos fazer com a leveza que atrai e não com o medo que repele.
E por falar em mudanças e eras, a Amo News...
Há mais de um ano, esta newsletter começa com uma crônica pessoal, que pode ser um tema tão aleatório que vai de sentir-me a menos inteligente do rolê à arrumação de casa que arruma as emoções. Começava!
Comentei no instagram que rascunhei um plano para este espaço pelos próximos TRÊS anos. Talvez você nem percebesse, mas eu gosto de contar as histórias de forma que, quem sabe, elas sirvam para outras pessoas. E esta será a primeira de muitas mudanças: aqui é um espaço majoritariamente voltado para tendências, negócios e histórias que podem ser aplicadas na sua carreira, na sua empresa, no seu trabalho. As crônicas de abertura passam a também seguir nesta linha – um review de um livro, um insight de trabalho, uma análise de caso. Mas sempre algo na editorial central com o objetivo de inspirar quem lê. Minhas histórias ultrapessoais agora podem caber lá no meu canto-hobby, o Daily 40s.
Desde que cheguei aqui em 2021, experimentei formatos, escrevi e li crônicas, mas não é dessa forma que vejo o MEU trabalho. E embora muitos escritores brasileiros não vejam o Substack como um negócio, pra mim ele é. E será cada vez mais, enquanto eu usá-lo como plataforma principal. Escrever, pesquisar e traduzir comportamentos é o que sei fazer na vida e eu não jogaria para o campo do hobby o que sei fazer como trabalho. Junte aí minha formação em administração e marketing e, pra mim, é realmente difícil não enxergar produtos como produtos.
Daqui em diante, este será essencialmente um espaço para pessoas físicas, profissionais liberais, funcionários corporativos. Gente que quer se beneficiar – na vida e no trabalho – com um apanhado de notícias e análises tendências confirmadas e comportamentos online e offline. Gente que quer se inspirar e ter um chacoalhão do bem às vezes. Gente que não está de olho no que vai vir em 2030 e não tem orçamento (nem necessidade) para assinar boletins caríssimos em inglês, mas que quer saber o que deles já está aqui nas nossas realidades para uso imediato. Pretendo ler – e assinar – tudo de mais relevante para que você possa ler e assinar (nesta categoria) apenas a Amo News. Ok, aqui a leonicice que poupei ali em cima deu as caras, mas é por um bom motivo...
Você não precisa mudar de era, você não precisa de uma nova marca, você não precisa de uma transição. Mas se as quiser, terá bagagem por aqui também. Só vem; 2024 será, na Amo News, uma nova era!
E aquele lembrete: a assinatura premium (seja mensal ou anual) segue vitaliciamente com o mesmo preço pelo qual você a contratou, mesmo depois de reajustes. Os valores 2023 (R$ 25/mês; R$ 250/ano; R$ 400/ano insider) seguem válidos até o dia 30 de novembro. Se o upgrade está nos seus planos, aproveite para congelar sua assinatura neste valor atual.
Todos os assinantes anuais, com assinaturas confirmadas até o dia 30/11, serão convidados (gratuitamente) para um Zoom na primeira quinzena de dezembro sobre reposicionamentos, mudanças, eras. Com histórias e conselhos pessoais, dicas de livros inspiradores e citações de cases que andam na minha mira. Data a confirmar, apenas para assinantes anuais e apenas ao vivo (sem replay).