Amo (Busi)News #6: influencers meio período
Tendência de ouro nos tempos atuais, a influência espontânea ajuda na carreira e nos negócios, aumenta oportunidades e ainda é divertida e útil ao próximo ao mesmo tempo!
Às vezes acontece: uma notinha da Amo News semanal se expande para além da edição, gerando conversas e novas reflexões – reflexões minhas, inclusive. Foi assim com a teoria das influenciadoras de meio período, que eu apresentei oito meses atrás aqui, exatamente quando engatava de verdade nesta newsletter.
"Consumidores saturados de tanta perfeição (e tanta comercialização escancarada, muitas vezes sem contexto) têm passado a olhar mais para os 'influencers de meio período', como eu rebatizei o perfil de pessoas como empregos e carreiras convencionais que influenciam suas plateias pessoais quase como um hobby paralelo.", Amo News, agosto/2022
Como produtora e como consumidora de conteúdo digital (há tantos anos que não conto mais!), sinto que estamos passando por questionamentos e redefinições. O usuário das redes está saturado de tanto, o influenciador profissional está cansado e a luta com o algoritmo, com os excessos e até – em alguns casos – com uma crescente agressividade, não dá sinais de trégua, ao contrário. Marcas já se habituaram a ter nestas pessoas expostas 24/7 uma vitrine necessária de seus produtos e serviços. Saberemos fazer negócios sem as mídias sociais? Saberíamos?
Fato é que, tal e qual acontecera com os banners uns quinze anos atrás (sim, os mais maduros vão lembrar que era assim que os anúncios aconteciam na internet), os publieditoriais nem sempre geram o mesmo efeito óbvio que geravam num passado não tão distante. Influencers nasceram como blogueiros, pessoas com as quais a gente simplesmente se identificava, gente de quem a gente consumia as dicas espontâneas do dia a dia. Muitos acabaram tornando-se celebridades profissionais, com alcances e produções à altura; e muitas celebridades profissionais, por sua vez, também migraram para a influência digital.
Talvez a era do tudo ou nada – "profissional digital com reality show nos stories OU um insta fechado com 200 seguidores amigos da vida real" – deixe de existir. Em parte porque muitos famosos têm questionado seus limites de exposição, mas em parte maior porque todos somos, em alguma medida, influenciadores em nosso ambiente. Eu cada vez mais adoro fuçar para descobrir arrobas menores, com vidas, carreiras ou negócios à parte do digital, que dividem suas vivências e experiências tal e qual fazíamos em 2007: de maneira orgânica, espontânea, sem tanto briefing. E não sou a única – as próprias marcas têm recorrido com frequência este perfil para collabs, convites e até... publis. Alguns rapidamente crescem e "mudam de lado", mas muitos seguem felizes neste conceito de influência de meio período. E são justamente estas pessoas com carreiras e/ou negócios estabelecidos que têm nos presenteado com um ar fresco de conteúdo.
Conversei com seis influenciadoras de meio período de perfis diferentes – tem gente com emprego corporativo, gente com negócio próprio e até aquela que, como trabalho, faz a ponte entre marcas e... influenciadoras (de meio período, inclusive!). Eis o dossiê da semana, que traz um panorama da tendência para marcas que querem contratar, profissionais que querem abraçar esta carreira paralela ou curiosos que apenas curtem passear pelas ondas digitais.