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Passar de fase
Quando você sente que está na hora de ir um pouco mais adiante, mas cai na armadilha da aceleração superestimulada pelos dias atuais. Antídoto? Autogentileza!
Chamada final para o 1º Amo Insiders!
Hoje o lançamento do Amo News Insiders completa um mês e entramos na última semana de inscrições – que seguem disponíveis apenas até o dia 16/11. Em dez aulas gravadas, você tem acesso a todo conteúdo de macrotendências confirmadas que foi apresentado presencialmente em duas edições em São Paulo. É uma espécie de versão estendida dos papos que temos aqui sobre assuntos diversos que vão das influenciadoras de meio período e o novo modelo de conteúdo como negócio até a saúde do futuro e a nostalgia do passado: teoria e cases se misturam para melhor compreensão. No link ale.ag/insiders-online você tem acesso a todas as informações!
É na hora de dormir, sempre na hora de dormir: AQUELA ideia vem, do nada, na cabeça e a urgência de colocá-la no papel muda os planos e te mantém acordada por boas horas além do planejado. A pilha de livros que vão te ajudar NAQUELE projeto se acumula na mesa ao lado, te lembrando que é melhor não perder mais tempo girando nos feeds das redes sociais. E as redes sociais... ahh, as redes sociais. Meninas no Tiktok falam de um tal método delulu, que uma parte sua considera uma evolução dos gurus da manifestação em alta em 2015 e outra parte sua sente-se curiosamente envolvida. O mundo atual estimula que a gente passe de fase o tempo todo, ou ficará irremediavelmente pra trás, perdendo o último trem que sairá da estação.
Já deve ter umas três décadas que não jogo videogame, mas lembro-me bem da sensação de quando estava prestes a passar de fase: uma ansiedade, uma espécie de dedicação e um nível de tentativas levemente acima do normal. Era assim em Seaquest (crianças dos anos 80 pegarão a referência), é assim na vida real. Porque uma coisa é estar distante do objetivo – na fase 1 a gente nem considera como será a fase 10 –, a outra é sentir-se na boca do gol de algo que nem se sabe bem o que é.
Faltam menos de dois meses pro ano acabar. E existe no ar (e nos posts de nutris, influencers e gurus) uma sensação de urgência para resolver em 50 dias o que não foi feito nos outros 310. Junte isto à impressão pessoal de se estar prestes a passar de fase e é aceleração mental na certa. Desacostumamos tanto de celebrar as metas alcançadas e parecemos sempre de olho na conquista seguinte.
Só o autoconhecimento (#terapia, ahhh, a terapia) salva e perceber-se acelerado demais pode ser o primeiro sinal amarelo para trazer um pouco mais de autogentileza para o processo. Não vai dar tempo de ler aqueles 12 livros de uma vez; pra passar de fase talvez ainda seja necessário jogar umas 12 partidas na fase atual, com calma e estratégia; abrir mão da rotina que te faz bem em nome do pé pesando no acelerador até pode te levar mais rápido pra linha de chegada, mas também pode te fazer rodar na pista 15 metros antes da bandeirada, obrigando uma parada no box.
Eu vou, você vai, nós vamos passar de fase. Porque é a ordem natural das coisas quando se joga uma partida de videogame e vem um aperfeiçoamento orgânico. Não precisa ser no dia 31 de dezembro. Aprendamos a celebrar as fases já passadas mais vezes, antes de criar verdadeiras obsessões em torno das próximas. Não acelerar o rio, na certeza de que ele corre sozinho, salva a mente e a alma de serem dilaceradas no caminho!
O efeito batom na economia
The Lipstick Effect. Admito que ouvi (li!) a teoria pela primeira vez no livro Glossy – que virou um dossiê especial aqui na Amo News em outubro. Trata-se do efeito que faz com que, durante períodos de crise, as vendas de cosméticos de luxo aumentem (fazendo do mercado de beleza muito mais resiliente do que outros em tempos difíceis). A explicação é simples: com menos poder econômico, um determinado grupo de consumo está menos apto a investir em bolsas, sapatos, roupas e itens mais caros, voltando seu orçamento de supérfluos para batons e afins.
O efeito tem se provado pra lá de real neste mês de Black Friday. Basta abrir o Tiktok para que surjam no feed incontáveis vídeos de unboxing de Sephora. As filas nas lojas físicas compravam igualmente – nunca comprou-se tanto batom, tanta maquiagem, tanta beleza. Com o dólar flutuando em níveis não muito amigáveis, é impossível não ligar este consumo brasileiro a esta teoria econômica.
A propósito: alguém tem conseguido passar ileso ao mês de descontos na categoria?!
A experiência de marca e o luxo
"No mercado de luxo, a experiência do cliente é prioridade." Lendo este perfil de Milena Penteado na revista Carbono, que dá crédito a Eliana Tranchesi a este aprendizado, foi impossível não lembrar do que era o fenômeno Daslu nos anos 90, ainda na era em que a loja se espalhava em múltiplas casas da Vila Nova Conceição e suas vendedoras eram consideradas "AS" influenciadoras da época – o que elas vestiam/faziam ditava tendências.
De lá pra cá, a Daslu acabou, o consumo mudou, mas muita coisa segue válida quando se fala de um mercado voltado para um público tão específico. Milena, que viveu a era de ouro no time de dasluzetes, acaba de se desligar do grupo Arezzo, depois de uma década e meia dirigindo a marca Alexandre Birman nos Estados Unidos: outro case de sucesso, vale pontuar.
"Quanto mais legítimo e fiel você for ao cliente, mais recorrente será sua frequência. Você estará presente na vida dele de uma forma completa, criando memórias.", resumiu Milena na matéria citada. Vale pro luxo e pra quase todo o resto do mercado, incluindo até o consumo de conteúdo!
Apostar contra Mark: sempre má ideia
Não é exatamente um texto que gostaria de escrever justamente hoje, dia no qual vazaram e-mails do dono da Meta impedindo projetos que protegem a saúde mental de menores de idade em nome da lucratividade de sua empresa... Mas a verdade é que Mark Zuckerberg é assustadoramente obstinado quando lança alguma ferramenta – e, por ora, mesmo as que parecem flopar num primeiro momento acabam emplacando.
O Business of Fashion publicou recentemente que "ainda é muito cedo para chamar de retorno, mas os Threads do Instagram estão crescendo novamente". Depois de atrair 100 milhões de usuários em menos de uma semana no lançamento em julho, o "Twitter do Mark" teria encerrado o mesmo mês com uma queda de 82% em seus números.
Graças a novas funções, como a que mostra posts também no feed do Instagram e a versão para desktop da ferramenta, os números voltaram a aumentar e teriam fechado outubro com 81 milhões de perfis ativos por lá. O Bof – focado nos negócios de moda e beleza – ainda aponta que marcas e influencers de seu mercado ainda não aderiam muito e que usam no máximo esporadicamente. Mas não duvido que este cenário mude em pouco tempo.
2023 e ainda não se sabe gerenciar crises...
O que tem de empresa, empresa GRANDE, que ainda confunde marketing de influência com gerenciamento de crise... nesta semana, dos sites de fofoca aos posts no Linkedin um dos temas mais comentados foi a contratação do influenciador Felipe Titto para um publi não sinalizado da Enel. A empresa de eletricidade há seis dias acumula centenas de milhares de clientes sem luz, depois de um temporal que causou enormes estragos em São Paulo na última sexta-feira (3.11).
No conjunto da publicidade, um vídeo que elogiava o trabalho da companhia (???) no auge da crise e orientava clientes a entrarem em contato pelos canais digitais – que não conseguiam atender à alta demanda. Como se a mera imagem de um personagem de seis milhões de seguidores fosse suficiente para amenizar um transtorno (em andamento) com infinitas consequências.
Não restam mais dúvidas do papel do marketing de influência e de seu poder para tantos objetivos. Mas gerenciamento de crise em andamento? Com briefing elaborado, falta de clareza e zero solução para o cliente afetado? O resultado não poderia ter sido pior. Para ambos, diga-se de passagem: Titto deletou o tal post e, com o cobranding tão inapropriado, sofreu arranhões também em sua credibilidade.
O post deletado ainda segue vivo no Linkedin, rede na qual Gustavo Oliveira resumiu bem: "a crise de imagem está com a marca e com o Felipe Titto, que foi obrigado a fechar os comentários de todas as suas publicações no Instagram".
Quantas (e quais) pessoas aprovam uma iniciativa tão rasa a esta altura do campeonato?
Post scriptum: perguntas antes de um aniversário
Pouco menos de um mês antes do meu 4 de agosto, li este post e salvei para fazer no dia 3. A vida correndo, só rolou mesmo umas boas semanas depois, mas taí um hábito interessante: passar a vida a limpo a cada aniversário.
Passar de fase
Muito interessante a reflexão sobre passar de fase e o momento do ano que estamos. Amei também a recomendação do post-scriptum! Ótimas perguntas/reflexões. Cada dia gosto mais de ler seu conteúdo!