Fomo pode ser o veneno da criatividade
São tantos livros, tantas fontes, tantos especialistas... Na falta da curadoria – e da escolha de estar por fora muitas vezes –, é a produção criativa que empaca (e nem Julia Cameron nos salvará!).
Olho para meu app do Substack, que reúne um número propositalmente reduzido de assinaturas – que alternam-se em rodízio às vezes – e mesmo assim lá estão algumas dezenas de newsletters acumuladas. Os aplicativos nos quais compro/assino revistas e jornais, igualmente intocáveis. Em cada canto da minha casa, uma pilha temática de livros (ficção, saúde, escrita, católicos ou negócios) parece me chamar com uma voz baixinha: “estamos aqui, volte para nós”. O pior? Não é falta de tempo.
No mar de excessos em qual estou (estamos?) inserida, acabo em uma espécie de força contrária, que me repele de tudo que eu gostaria de fazer/ler/ver e me leva para mais uma temporada de scrolling na tela do celular. Sim, eu comecei 2025 me prometendo que, assim que eu colocasse em dia as pendências da minha rotina, eu iria me organizar para deixar telas sociais de lado em prol de (boa) leitura. Mas o que fazer se, três semanas depois do início das aulas, minha filha ainda nem tem o jaleco obrigatório das aulas de laboratório porque até entrar num site parece além do meu carisma?
Com tudo e tanto ao nosso redor – some as notícias, as tendências de comportamento do viciante Tiktok e, ufa, hoje ainda estreia a nova temporada de White Lotus; graças a Deus o BBB 25 não emplacou aqui! –, dar conta do simples, do básico, parece um esforço além de nossas possibilidades. Na era da distração permamente, quem resiste ao FOMO (fear of missing out, ou medo de perder algo importante) é rei! Invejo quem tem telefone sem internet, quem não usa redes sociais, quem é ungooglable. Trabalhar no digital já nos faz largar atrás nesta corrida da sanidade mental…
Não adianta ler os livros de Julia Cameron (amados por 9 de cada 10 criativos), esforçar-se para fazer as páginas matinais ou seguir qualquer outro ritual vendido por um especialista se nossas mentes estão sobrecarregadas, fritando na varidade sem fim de fontes “obrigatórias”. Optar – e abrir mão do resto sem dó – é o único caminho para abrir espaço de criação em nossos cérebros fritados.
Eis cinco ações que elegi para meu 2025 (algumas já em uso, outras em processo de amadurecimento):
Reduzir assinaturas: entendi que 20 é meu número de ouro aqui no Substack, já somando as versões pagas e as gratuitas. Se mesmo com este número reduzido fixo tem sido difícil manter a caixa em dia, penso que os que assinam centenas já devem ter desistido de zerar suas filas de leitura, né?!
Eleger curadorias como fontes: nem você nem ninguém – é impossível para um ser humano que não tem a curadoria como atividade profissional dar conta de todos os sites, relatórios, revistas e jornais do mundo. Buscar um punhadinho deles que tem na curadoria de notícias o seu serviço pode ser um atalho e tanto. Eu voltei a assinar o Hub Oxygen, que tem aulas online semanais e passeia pelo que há de mais importante a cada mês em temas como política, economia e inovações. Veja o que (ou quem) cobre mais sua gama de interesses e aposte nesta única nascente de informações.
(sou suspeita, mas eu assinaria a Amo News, de verdade! leio um punhado de coisas de modo que você possa ler um apanhado sobre o comportamento online e offline por aqui!)Um dia da semana para leituras pontuais: segunda leio futilidades; quarta leio negócios; nos fins de semana, esvazio as news publicadas nos últimos sete dias, sem dó de arquivar uma ou outra cujo título não me pegou muito. Um calendário de consumo de conteúdo me deixa menos com aquela sensação de estar sempre devendo.
Manter redes sociais para momentos muito específicos: quase todos os stories dos perfis que sigo no instagram são silenciados – e não há nada pessoal, apenas entendi que não posso competir com a competência do algoritmo app de me deixar presa ali por horas. E estou caminhando para cumprir um objetivo que será decisivo – só verei insta-stories e tiktoks em cima da esteira, quando atualizo minha atividade de cardio quase todos os dias da semana.
Dirigir por ruas calmas sem ligar sequer a música no carro: voltar a pegar no volante me lembra de quando eu morava no Rio e curava momentos de estresse indo e vindo de carro à noite na orla da Zona Sul. Aqui em SP não tem orla nem rua tranquila com facilidade, mas é minha meta encontrar estes atalhos – físicos e mentais – para esvaziar minha mente no volante.
Pensando alto…
Nem todas as mulheres, mas sempre uma mulher (duvidando de seu valor monetário!)…
Os bônus do novo plano Insiders
Sabe, eu ajudei cinco amigas no último um mês e pouco a configurarem seus Substacks. Então, mesmo sabendo que tem gente que critica quem “escreve sobre escrita”, resolvi mais uma vez criar um produto para atender a esta óbvia demanda. Depois do Projeto Substackers ao vivo para 15 pessoas em 2024, farei algo mais amplo: vou gravar algumas aulas com foco em configuração do zero, monetização e estratégias de posicionamento para quem quer evoluir seu Substack.
Já são mais de três anos trabalhando de verdade nesta plataforma, estudando cases e conquistando o posto de bestseller em duas publicações em menos de três meses. Algum mérito e “jeito pra coisa” eu tenho!
Para assistir a este especial Substackers (em março), à aula bônus sobre conteúdo publicada em janeiro e a todos os conteúdos em aulas bônus publicados ao longo da validade de sua assinatura (um ano), faça seu upgrade para o plano Insiders. Todos os detalhes no link abaixo…
Em tempo: eventos presenciais de conteúdo & networking e um contato mais próximo exclusivos para a comunidade dos Insiders também estão nos planos 2025! :-))
Lembrando que o Plano Insiders já teve aula inédita publicada em janeiro:
Influencers & artistas dão aula de negócios…
... e eu juro que dão, nem adianta – fã ou hater! – torcer o nariz! De Taylor Swift à influencer sérvia de moda, passando pela americana que virou tema de Harvard, influência é, hoje, coisa séria que vai parar no livros de business. E entender como funciona cada plataforma é só o passo número um para navegar pelo melhor de cada uma…