Eu não aguento mais curso online...
... mas eu levei de novo o conteúdo dos meus encontros presenciais para uma versão online e isto não é uma contradição - nem muito menos um gatilho ou pirâmide. Explico!
A exaustão com o curso online existe. Em mim, em você, em nós. E é compreensível: passamos dois anos tendo o Hotmart como "vida social" e a onipresença do formato foi real. De uma hora pra outra, a gente tinha que aprender a fazer pão, a ganhar seis (dígitos) em sete (dias), a entender como comer, como fazer ginástica em casa, como posicionar nossa ~marca pessoal~ naquele mercado saturado e a como controlar o inevitável burnout com yoga, meditação, ayurveda e óleos essenciais. Ufa!
O único porém é que, erroneamente, colocamos tudo no mesmo balde: o formuleiro que dava cursos sobre cursos de olho apenas no faturamento, as pessoas que lotavam nossa caixa de e-mails diariamente cujos assuntos eram assustadores caça-cliques como "eu te avisei", "me desculpe", "perdi tudo" e aquelas pessoas cujo produto sempre foi algum tipo de conteúdo/conhecimento.
De vez em quando eu ainda compro cursos online – até aqueles que começam com "três lives gratuitas", "um carrinho que pode fechar a qualquer momento" e uma "promessa específica que dificilmente se materializará para todo mundo". E taí a prova: existe demanda. Existe gente que mora fora dos grandes centros, existe gente que valoriza seu conhecimento, existem maneiras de se fazer de forma ética, coerente e que agregue. Falo como quem compra, como quem vende e como quem está disposta a comprar de quem não vende.
E é aí que entra o verdadeiro assunto desta edição. Mesmo tendo público e até pedidos para levar os meus presenciais para um formato mais democrático como o online, eu quase pulei esta ideia neste ano. A preocupação com "o que os outros vão pensar" e "em que caixa vão me colocar" estava se sobrepondo ao material que preparei com fontes, estudos, ética e seriedade. E escrevo isto aqui porque sei que não estou sozinha – enquanto muitos truques se acabam no "plim plim" do Hotmart (barulho que o app da ferramenta faz a cada venda), tem muita gente boa deixando de ganhar dinheiro honesto porque pode (e vai) cair na malha fina do julgamento alheio e da reclamação. Serve para cursos, para conteúdos pagos, para newsletters monetizadas e para qualquer forma de faturar com conhecimento. O curioso?! Os que só olham para o resultado financeiro nem pensam nestes medos!
Você sabe o quanto caminhou para chegar a seu produto, a seu serviço, a seu conhecimento. Valorizá-lo é sobretudo respeitar a si mesmo, é respeitar sua trajetória. A gente tem medo de estranhos e pouca consideração por nós mesmos, isto não me parece justo.
Pessoas reclamam até dos Substacks sobre Substacks – e afins – mas escritoras inglesas como Farrah Storr e Emma Gannon (referências nesta seara) só crescem: para cada pessoa que reclama (porque provavelmente aquela área não a interessa) há 10 outras que podem ser inspiradas e ajudadas de verdade. Como criadora de conteúdo que ganha dinheiro direta e indiretamente desta forma, eu cansei de deixar de fazer coisas pra não aborrecer um, sendo que as nossas decisões sempre vão aborrecer alguém.
Já fui muito do discurso de que o criativo precisa e merece monetizar de forma justa sua criatividade: ganhei algumas pessoas que me detestam, mas com meus empurrões (à la coach, pejorativamente falando, sob os olhos de alguns) ajudei outras que inclusive ganham mais do que eu – mérito 100% delas, claro. Com textos, com newsletters, com cursos, com aulas, com livros, com textos, os criadores têm seus meios de faturamento. Negá-los por medo não traz ganhos para ninguém (criar por hobby por real OPÇÃO é outra história, e aí cada um mede com sua régua).
Eu levei o conteúdo dos meus encontros para uma versão online porque não sou herdeira, tenho boletos como todo mundo e porque compartilhar conhecimento honestamente em textos e vídeos é o que sei fazer para trabalhar – e é também o meu trabalho há 20 anos!
Por fim, dei-me conta de que estava deixando de fazer coisas por conta da patrulha do Notes do Substack – que justificadamente tem nervoso do mundo de vendas do insta e tem total razão para tal. Mas estas pessoas não representam um público inteiro. E, modéstia à parte, inclusive muitas ali, que reclamam de quem "ensina" mas também reclamam dos (não) resultados de suas profissões criativas, poderiam se beneficiar muito especificamente deste módulo*.
*(este encontro específico, Conteúdo como Negócio, teve três edições presenciais e foi o material que mais gostei do resultado final.)
Em tempo: sem gatilho de escassez, apenas mudança de prioridades, mas em 2025 eu quero focar mais nas minhas newsletters – agora são duas! – e fazer apenas encontros (presenciais ou via zoom) como bônus incluídos para assinantes premium. Então, embora eu nunca diga nunca a versão online, Conteúdo como Negócio pode ser uma despedida do meu Hotmart, plataforma para onde já falei para tanta gente, especialmente durante os anos pandêmicos.
Para criativos, monetizem se quiserem; tenham hobbies se preferirem; mas tomem suas decisões sem medo e com base no que é melhor para vocês!
"Se você não está na arena (...), eu não estou interessada na sua opinião. (...) Se você está na arquibancada, não se arriscando e apenas falando como eu poderia fazer melhor, eu não estou de forma alguma interessada no seu feedback.", Brené Brown
A gente pode até odiar a internet que vende (e a gente odeia por conta de pessoas que nos enfiaram mais fórmulas do que informações), mas ela pode nos ajudar sim!
... e isto tem tudo a ver com você, que está deixando de vender suas assinaturas, seu conhecimento ou sua criatividade não por não querer monetizar seu hobby, mas por MEDO (por vezes imperceptível) do julgamento da arquibancada.
Amo News Insiders #2 – Conteúdo como negócio:
Os múltiplos tipos de negócios baseados em conteúdo; conteúdo e criatividade monetizáveis, o desafio da precificação; criatividade, cases e fontes; branding intencional, a estratégia importa.
* Um papo que NÃO TEM: receita pronta, fórmula de ganho x em tempo y, invencionices. Mas que TEM formatos e possibilidades, exemplos de cases, como & por que cobrar, a importância do branding no contexto, o alimento da criatividade, os profissionais, influenciadores, marcas e empresas que têm no conteúdo o alicerce de seus negócios, de suas carreiras.
p.s. sobre aula extra de dezembro "Os novos rumos do conteúdo em 2025": a estratégia do novo Daily 40s (nostalgia e entretenimento puro em primeira pessoa); o novo mainstream é o nichado (fonte: WGSN) e o que é e como ganha-se dinheiro com o real UGC (conteúdo gerado – espontaneamente – pelo usuário).
Para: influenciadores, escritores, autores de newsletters, donos de marcas e profissionais – teorias e cases.
Inscrições abertas (entre 11 e 30/11): detalhes e inscrições aqui!
Para ver detalhes sobre as edições presenciais de 2024, acesse este link!
Eu não aguento mais curso online, mas to com um aqui do lado no carrinho esperando eu apertar o "comprar"... hehehehehehe... :)
Muito massa a reflexão! Eu também já deixei de fazer tanta coisa por medo do que iriam dizer. Até hoje tenho amigos que me chamam de coach pois decidi vender meu conhecimento