Como se cuidar de verdade em 2023?
Amo (Well)News #1: um dossiê de saúde – bem-estar é, mais do que tendência, a palavra pós-pandêmica da vez; estamos preparados para próximas décadas de saúde física e mental?
(Esta edição vai ficar gigante, mas não deixe de ler até o fim, pois é possivelmente um dos trabalhos mais importantes que já coloquei no papel – nossa saúde, nosso maior bem! Depois da minha história pessoal, entrevistas com quatro profissionais de saúde trarão o empurrão físico e psicológico necessário para um 2023 mais saudável e mais feliz.)
Da Coca-Cola para a yoga; da yoga para o sedentarismo; do sedentarismo para, ufa, a terapia e o autocuidado: como foram meus últimos cinco anos.
Já falei algumas vezes que tudo, absolutamente tudo que escrevo (há mais de uma década e meia) eu escrevo primeiro pra mim mesma. Escrevo o que preciso ler, escrevo o que quero aprender, escrevo o que desejo introjetar. Some a isto uma curiosidade imensa e um olhar múltiplo que mantém meu radar sempre atento a novas fontes, novas inspirações, novas pessoas que podem me informar no que eu preciso. E por uma sorte imensa, tenho cada vez mais feito disto o meu trabalho real: poder conversar com pessoas incríveis, fazer as perguntas cujas respostas busco e ouvir de quem sabe o que está falando é um presente – que eu, de quebra, tem um resultado que consigo compartilhar com mais gente.
Eu tenho uma relação dúbia com o bem-estar e os bons hábitos. Porque a verdade é que eu nunca aprendi a comer, eu nunca fui da turma dos esportes (matava a aula de educação física na escola) e desde os 18 anos tenho um relacionamento de idas e vindas com a academia. Nunca estive de fato acima do peso e isto adiou até os 40 anos a chegada de um olhar mais amplo, que vê as escolhas não como algo que define o corpo, mas sim como a base da verdadeira saúde, do bem-estar.
Meus pontos de partida – na carreira e também na vida pessoal – são sempre os estudos. Assim, no comecinho de 2017 passei a estudar alimentação, saúde, yoga bem-estar... Comecei como curiosa e logo fui incorporando uma receita aqui, um hábito ali, uma prática acolá. E digo sem medo: cozinhando minha comida, fazendo yoga regularmente, indo à academia e mantendo um fuso horário bom, 2018 foi o melhor ano da minha vida. Na saúde, no trabalho, na produtividade, nos relacionamentos e em tudo. Um oásis para quem pouco antes saíra "sozinha" (sem ajuda profissional) de um padrão de crises de ansiedade e perigosa automedicação.
Em 2019, acabei acelerando profissionalmente além da conta, o que – já sei – acelera também minha ansiedade. Mas por saber os "caminhos de volta", eu conseguia contrabalançar períodos ótimos e períodos apenas razoáveis. Aí veio 2020...